Amamentar é - aleitamento materno | por Chris Nicklas

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Chris Nicklas /Colunistas

Depressão pós-parto

Como saber quando é simplesmente tristeza e quando é depressão o que sentimos depois do nascimento do neném?

  • 10/10/2013
  • Chris Nicklas

Muitas vezes ouvimos falar: – Fulana teve depressão pós parto!

É tão comum, que dá a impressão que raro é não passar por isso! Pois bem, há um exagero e uma grande desinformação sobre este assunto.

Esta doença psico emocional se dá em poucos casos e é muito mais séria do que podemos imaginar, podendo ter desdobramentos trágicos na vida da mulher e de sua cria.

A fragilidade que experimentamos logo depois do nascimento de nossos filhos é normal, comum e até me arrisco a dizer, faz parte.

Sentimos medo, insegurança, melancolia…

Eu me lembro de, ao levantar da cama no dia seguinte à chegada dos meus filhos, ter a certeza de que nunca havia me sentido tão mal fisicamente em toda a minha vida! Não me reconhecia. E além disso, onde estavam a minha autonomia, minha  segurança e coragem? Não. No lugar de tudo isso surgia uma figura que necessitava de apoio, aconchego, carinho. Que ironia, quando me tornei mãe me senti uma menininha, indefesa e perdida. Tudo o que eu precisava era de colo.

Essa é uma das grandes surpresas que a entrada no universo da maternidade nos prepara.

Como que logo no momento em que eu tinha que estar forte, me sustentando sobre meus próprios pés como nunca, eu poderia fraquejar?! Com dois pequenos seres absolutamente dependentes de mim ao meu lado eu me senti assim: uma criancinha indefesa.

-Não vou conseguir!!!!! – Era só o que eu conseguia dizer…

Foram dias difíceis, que contaram com noites mal dormidas, desmaio, choros descontrolados… Mas a vida foi se ocupando de mostrar o caminho. Segui em frente, cada dia após o outro, tentando aceitar essa nova faceta que nunca pensei que existisse dentro de mim.

Afinal a essa altura do campeonato, quando as crianças nasceram, eu já tinha 36 anos de idade, trabalhava desde os 16, havia ido 5 vezes ao Japão como modelo, minha carreira como apresentadora de TV estava à mil…

Mas nada disso, repito NADA, nenhum desafio que até então se apresentara, poderia ser comparado à bombástica vivência de ver sair de dentro de mim dois seres humanos! Rsrsrs!

Com tudo isso posso garantir para vocês que não tive depressão pós parto.

Não pensei em me matar, não pensei em matar meus filhos. Apesar de tudo eu todos os dias encontrava forças para levantar da cama e cuidar de todas as novas tarefas que passavam a fazer parte da minha nova rotina.

Segui com a vida sem nem sempre estar esfuziante de felicidade e tomada pelo tal sentimento materno mágico que todos tentam nos garantir que teremos assim que a turminha chega. Às vezes me sentia realizada, feliz, alegre, outras, exausta, panicada, arrependida, querendo estar numa sala de cinema pensando no que iria escolher no cardápio do restaurante onde jantaria com meu marido na sequência.

Um quadro de depressão demanda cuidados e acompanhamento psiquiátrico. É preciso que fique claro que superestimar a tristeza da mãe recém parida diagnosticando tudo como depressão é um equívoco, mas mais sério ainda é subestimar seu sofrimento e não procurar por atendimento profissional quando é realmente necessário, evitando assim que uma tragédia ocorra. Muitas famílias erram ao não admitirem que algo muito sério se passa na psique de uma mãe deprimida.

Taí mais um motivo para uma mulher não ficar sozinha com seu neném sem ajuda de ninguém!

Uma boa dica de leitura está aqui:

http://www.livrariasaraiva.com.br/produto/198872/depois-do-parto-a-dor-minha-experiencia-com-a-depressao-pos-parto