Marcas caras e famosas enganam pais que procuram comprar o mais saudável para os seus filhos!
26/11/2014
Dr. Daniel Becker
Comida industrializada faz parte de nossa vida. É inevitável. Mas sobretudo com relação a nossos filhos, o ideal é manter a sua presença no mínimo possível.
Por mais que pareçam bacanas, os produtos quase sempre vêm com açúcar (em especial, e o pior ingrediente), sal, gordura em demasia, além de toda a parafernália química de conservação, saborização, espessamento, etc – com vários de seus ingredientes comprovadamente tóxicos para a saúde.
O mais triste, o mais emblemático da atitude de pouca ética de muitas empresas de alimentos (e o desprezo que tem pela saúde) é a mentira. É se aproveitar da boa fé de um consumidor, de alguém que quer dar o melhor para seu filho, e mentir, enganar.
A mais nova técnica de marketing para vender produtos se chama “story-telling”. Contar uma história, todos sabemos, nos remete ao afeto, ao aconchego da família, dos avós, da infância. Nos aquece o coração, nos estimula pela emoção – infinitamente mais poderosa na decisão de compra do que a razão.
Pois bem, se fosse honesto, seria uma bela sacada. Mas empresas como o picolé Diletto e os Sucos Do Bem usam esta técnica para contar mentiras e enganar o consumidor, induzindo-o a comprar o que não quer. Inventam personagens afetivos, como o vovô Vittorio, que fazia seus sorvetes com neve, ou o fazendeiro Francesco, cujas laranjas fresquinhas e selecionadas e limpinhas enchem as caixas da Do Bem (não à toa os dois personagens são senhores italianos, com a marca da simpatia e da tradição).
Só que não: são apenas técnicas de venda. O sorvete tem os mesmos ingredientes que outros (apesar de custar 3 ou 4 vezes mais) e o vovô nunca fez picolés, muito menos de neve; as laranjas vem da gigante Brasil Citrus (o custo dos sucos do Bem também é muito maior). Em outras palavras: mentiras para enganar um pai ou uma mãe que querem comprar o melhor para seus filhos, pagando muito mais por isso.
A história da Diletto é mais grave ainda, pois foi comprada pelo maior bilionário brasileiro por um valor muito superior ao real, associada a filha de um grande político brasileiro. Há indícios de lavagem de dinheiro (http://www.brasil247.com/pt/247/economia/96697/Por-que-Lemann-e-Verônica-pagaram-tanto-pelo-picolé.htm). E por falar no assunto corrupção: você que usa suas sandálias Havaianas, está dando dinheiro para a Camargo Correia, a empreiteira que liderou o esquema da Petrobrás e uma das recordistas da corrupção no Brasil. Que tal boicotar as Havaianas? É um pequeno gesto mas que pode ter muito significado.
Veja a ilustração acima: a quantidade de açúcar escondida nos alimentos que o mercado nos empurra dia a dia…. Nesse mundo de muita publicidade e pouco escrúpulo, só nos resta ficar atentos. E sobretudo, tentar optar sempre pelo natural/orgânico/caseiro.